Alzheimer: Comer peixe de água fria ajuda a prevenir a doença, comprova estudo

15.12.2022

Pesquisa mostra que uma dieta com salmão e atum preserva a saúde do cérebro e melhora a cognição na meia-idade

Estudo realizado por pesquisadores do Centro de Ciências da Saúde da Universidade do Texas mostra que comer peixes de água fria e outras fontes de ácidos graxos ômega-3, como o salmão, atum e sardinha, pode preservar a saúde do cérebro e melhorar a cognição na meia-idade. Mesmo em idades mais jovens, fazer uma dieta rica em ômega-3 ajuda a prevenir uma série de doenças relacionadas a terceira idade, como o Alzheimer.

A pesquisa foi feita com cerca de dois mil participantes livres de demência e derrames. A idade média dos voluntários foi de 46 anos. A equipe analisou a relação das concentrações de ácidos graxos ômega-3 nos glóbulos vermelhos com ressonância magnética e marcadores cognitivos do envelhecimento cerebral, além de estudar os efeitos das concentrações de glóbulos vermelhos ômega-3 em voluntários que carregavam APOE4, uma variação genética ligada ao maior risco de doença de Alzheimer.

Os cientistas descobriram que quanto maior o índice de ômega-3 no corpo do participante, maior era o volume do hipocampo, uma estrutura do cérebro que desempenha um papel importante na aprendizagem e na memória. Também foi constatado que consumir a gordura saudável é associado a um melhor raciocínio abstrato ou à capacidade de entender conceitos complexos usando o pensamento lógico.

E por fim, portadores do gene APOE4, que tinham um índice mais alto de ômega-3, reduziam drasticamente as doenças nos pequenos vasos. Diminuindo riscos de ter doenças cardiovasculares ou demência vascular.

“Estudos analisaram essa associação em populações mais velhas. A nova contribuição aqui é que, mesmo em idades mais jovens, se você tem uma dieta que inclui alguns ácidos graxos ômega-3, já está protegendo seu cérebro para a maioria dos indicadores de doenças cerebrais. envelhecimento que vemos na meia-idade”, afirmou Claudia Satizabal, professora assistente de ciências da saúde da população do Instituto Glenn Biggs para Alzheimer e Doenças Neurodegenerativas da UT Health San Antonio e principal autora do estudo.

Os pesquisadores usaram uma técnica chamada cromatografia gasosa para medir as concentrações de ácido docosahexaenóico (DHA) e ácido eicosapentaenóico (EPA) dos glóbulos vermelhos. Eles ainda não sabem como esses ácidos protegem o cérebro e prometem fazer novos estudos sobre o tema.

Uma teoria é que, como esses ácidos graxos são necessários na membrana dos neurônios, quando são substituídos por outros tipos de ácidos graxos é quando os neurônios (células nervosas) se tornam instáveis. Outra explicação pode ter que lidar com as propriedades anti-inflamatórias do DHA e EPA. “É complexo. Ainda não entendemos tudo, mas mostramos que, de alguma forma, se você aumentar um pouco o consumo de ômega-3, estará protegendo seu cérebro”, disse Satizabal.

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